Tem horas que a gente se pergunta...

Parafraseando Teatro Mágico:
"Tem horas que a gente se pergunta..."
No caso deles, a pergunta era "por que é que não se junta tudo numa coisa só".
No meu caso, as perguntas é outra: por que continuar?
Eis a maior dúvida da existência humana: lutar pra quê?
A maioria dos mortais luta porque aprendeu que a "outra vida", aquela
que é eterna, é reflexo puro dessa temporária, e que desistir é o
maior dos erros. Ok. Crença é crença, apesar de que isso é bom pra
controle das massas: não mate o rico aqui porque uma vida rosa lhe
espera lá, apesar de que nunca ninguém voltou de lá pra contar o quão
rosa era a tal "vida eterna".
O problema são os parcos 2% ou 3% que não acreditam nisso, dos quais
esse que lhe escreve faz parte: se a vida aqui está uma merda, por que
continuar nela?
Daí vem a falta daquele botãozinho que falei no post anterior...
São 4 da manhã de sábado pra domingo, e minha vida está desmoronando.
Mil coisas passam por minha cabeça, e não tenho ninguém com quem
conversar.
Ninguém imagina o quanto tenho lutado internamente contra o que está
acontecendo. O fato de não chorar ou explodir faz com que pareça que
não ligo, que não me importo, que não sinto. LIGO, IMPORTO, SINTO! O
fato de não chorar meus problemas a todo instante não significa que
minha alma e meu peito não estejam chorando e gritando de dor... E
garanto: estão!
Tento não ouvir aquela voz límpida e clara que me diz, a todo
instante, que essa merda de vida não vale mais a pena. Tento canalizar
todas minhas forças para meu lado pollyanístico, aonde tudo pode ser
melhor e não há mal que perdure, mas percebo-me cada vez mais
descartável e ouço, mais e mais forte, a outra voz gritando...
Vou lutar, claro, sou um lutador, nunca deixei de ser, no fundo, é só
isso que sou... Vou lutar com todas as forças que me restam, vou
brigar com unhas e dentes, e vou reverter esse quadro, mas tem horas
que a gente se pergunta: PRA QUÊ?
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