SOBRE O BLOG

Miscelânea intuitiva de gostos, sonhos, desejos, angústias, paixões e destemperamentos, e,porque não, de ódios, raivas e estresses... Miscelânea é assim: TEM DE TUDO!

Meu Diário de Bordo da solidão, meu painel de idéias e guia de entendimento, tudo misturado com humor, drama, terror, anti-corintianismo, sentimentos e doses homeopáticas de papo sério.

Chega junto, arruma um banquinho, senta aí e vem comigo!

Páginas

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

COMPULSÃO

    Tenho, e reconheço, para minha vergonha eterna, mil, duzentas e quarenta e sete manias diferentes, umas mais irritantes, outras mais suportáveis. Como entre minhas manias não está a de contar meus próprios defeitos, aceitemos esse número como aproximado...

    Entre meus defeitos, estão minhas compulsões. Sou maníaco compulsivo por muitas coisas, como por chocolate (aliás, espero que alguém se lembre de mim e me dê um ovo na páscoa!), por sexo, por conhecimento, por ler... No final do ano tranquei-me, literalmente, dentro de um quarto, e somente saí quando acabei de ler um livro de mil e duzentas páginas... Sonhava com o livro, acordava as quatro, cinco da manhã para voltar a lê-lo, dormia a tarde, acordava e tornava a leitura... Imaginava-me nos campos de batalha ao lado de Napoleão (meu novo herói!) e lutava junto com ele e suas tropas...

    Às vezes me invoco com alguma comida ou doce e como até entojar daquele gosto. O desse mês é pizza de chocolate, mas já foi chocolate alpino, milk-shake de Ovomaltine, Kinder ovo, pastel de frango com catupiry, churros de doce de leite com cobertura de castanhas...

    A pior característica dos meus defeitos é o fato deles próprios terem seus defeitos e com isso sempre adquiro mais e mais defeitos que não eram meus, e sim deles, em um círculo vicioso eterno, como, por exemplo, nos meus vícios alimentícios: nunca invoquei com salada de alface, chuchu refogado com agrião, berinjela crua com sardinha... Cada um dos meus vícios traz, além da consciência pesada por ter me submetido a eles, peso real em forma de gordura localizada no abdome... Malditos sejam...

    Existem semanas em que eu quero escrever, e daí, esqueça-me. Sento na frente de um computador e digito o que sair, deixando os dedos passearem pelo teclado e digitarem o que lhes der prazer. O problema é que, como qualquer ser consciente, meus dedos têm os dias em que estão bem e inspirados, mas alguns dias a inspiração foge deles e sai cada texto que tenho vergonha de publicar!

    Às vezes, minha mania é cozinhar, mas, defeito oriundo dela própria, odeia lavar a louça que produzo na hora em que cozinho. Comer é hoje. Louça, amanhã, se der... Comamos primeiro.

    Concentro-me horas e horas picando, simetricamente, a cebola que me faz chorar como um bebê de colo, pois tenho consciência que, cortadas disformes, elas têm outro gosto. Pico a carne e os legumes, ou amasso as batatas e tempero a salada com afinco e carinho, como um grande gourmet que cozinha para o rei da Inglaterra, mesmo que eu esteja cozinhando para alguém que não saiba saborear um bom prato de miojo com requeijão e queijo provolone...

    Tenho mania de abrir a geladeira dez vezes seguidas, mesmo sabendo que aquela salada de espinafre nunca se transformará em um pudim-de-leite condensado somente pelo fato de meu estômago preferir o segundo ao primeiro (só o meu estômago?).

    Outro de meus vícios é a Internet... Maldita seja a Internet...

    Vou escrevendo, escrevendo, e quando vejo, são cinco, seis horas da manhã! Ouço os pássaros chilreando pelo ar, vejo a sala iluminando-se, mas não quero sair da frente do maldito computador...

    Imagino uma mudança em meu blog e não desisto enquanto ele não estiver e-xa-ta-men-te como imaginei em minha cabeça, mesmo que minha imaginação tenha construído um blog cor de creme de abacate com açúcar... Não importa o trabalho, o tempo, o cansaço: não arredo o pé do computador enquanto tudo não estiver do jeito que eu quero!

    O mesmo vale para o meu site, para a capa do meu livro (que fiz umas 30 diferentes e nunca ficam boas!), para as fotos num álbum...

    Os meus livros, na prateleira de minha casa, são colocados sempre do maior para o menor, e sempre retos no limite da prateleira. Incomoda-me ver um livro fora dessa ordem, fora de esquadro, torto... Olhar uma prateleira com uns livros mais à frente, outros atrás, tira-me o tesão em lê-los... Ordem é tudo! Acho que estou ficando velho gagá...

    Quando vou lavar louça (um dia, sou obrigado, né?!), empilho, caprichosamente, os garfos sobre os garfos, as colheres sobre as colheres, as facas junto às facas, os copos, os pratos e as panelas, cada um junto ao seu similar. Não sei qual a diferença disso no final da obra, com tudo lavado e seco, mas sem minhas pilhas, não consigo lavá-los direito.

    Sei que sou um doente terminal, que deveria internar-me em uma clínica psiquiátrica, para, trancado, tomar meu dientax, meu valiun 10, meu triptanol 25 e minha esperada dose diária de gardenal, junto com meu insuperável prozac e meu testoviron, mas sei que terei tempo para isso... Ainda não cheguei em minha fase hipocondríaca para internar-me e tentar a cura de todas as minha mazelas mentais... Quem sabe no mês que vem!

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei esse post sobre as manias! ahahaha Mnaia de comer uma coisa até enjoar eu tbm tenho, o resto melhor deixar quieto! ahaha

bjuss