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Miscelânea intuitiva de gostos, sonhos, desejos, angústias, paixões e destemperamentos, e,porque não, de ódios, raivas e estresses... Miscelânea é assim: TEM DE TUDO!

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domingo, 10 de fevereiro de 2008

AS MULHERES DOS MOCINHOS

Acabo de assistir dois filmes (na verdade, foram três, mas dois são de série e passaram em seguida...), daqueles que os programadores da NET gostam de passar no domingo: velhos, repetidos até a exaustão e que conhecemos cada detalhe, cada movimento, cada fala.

O primeiro é OS INTOCÁVEIS, aquele do Elliot Ness contra o All Capone, onde até os mendigos andam vestidos de Armani e o Robert De Niro dá um show de interpretação com o bandido mais charmoso da história americana. O filme é um clássico, daqueles que não envelhecem e merecem mesmo serem revistos por toda a eternidade. Brian de Palma da um show na direção e Ennio Morricone faz miséria na trilha sonora.


O outro filme foi no FX: ROCKY I e II, e garanto: ainda vibro quando Rocky levanta, no último segundo, ganhando o título mundial. Assistir ao Rocky lutando dá vontade de dar jab's na mãe... Sorte dela eu estar em meu quarto e ela na sala...


E, aliás, é sobre isso que vim falar agora: as mulheres dos mocinhos dos filmes...

A esposa do Eliot Ness coloca bilhetinhos em seu lanche, dizendo: tenho orgulho de você e mostrando que está ali para o que der e vier, não é à toa que o marido tornou-se quem foi...


Já no Rocky, II, Adrian não queria que o marido lutasse, achava que ele ia se danar, mas percebeu o quanto isso era importante para ele, depois de sei lá quantos dias em coma e, ao acordar e tornar à realidade, pediu a ele:


-Posso te pedir uma coisa?


-O que você quer, Adrian?


-VENÇA!

PUTZ, matou a pau! Isso que é mulher!


Não vou negar que me subiu o cuspe à garganta e senti um aperto sufocante, pois são raras as pessoas que dizem isso:


-VENÇA! , mas mostrando que estão ali, caso vençam ou não, caso fiquem esmigalhados ou caso saiam vencedores...


Querer o campeão ao lado é muito cômodo. Difícil é ajudar a surgir um campeão, pois campeão que é campeão precisa de tempo, sangue suor e lágrimas, paciência e, principalmente, LEALDADE de quem está com ele. Que mulher, em sã consciência, não queria ser esposa de um campeão mundial? Mas, para isso, elas tiveram de agüentar o cara fedido, cansado, suado, exausto, estressado, e, passando por isso, foram o suporte para tal vitória, forjaram seus campeões.


No final do Rocky um, com ele todo ensangüentado e suado, depois de 15 rounds de muita surra, Adrian lhe dá o abraço redentor, consagrante, definitivo, que mostra que ele é o seu homem e não importa se está suado ou bafudo ou moído. Isso sim que é amor!


Invejo esses caras. Em minha vida toda, só tive uma pessoa que ficou ao meu lado incondicionalmente, por gostar de mim e torcer por mim e, não por acaso, foi a fase que mais cresci na vida. Era importante eu saber que ela estava ali, que podia contar com ela mesmo quando eu errava, aliás, era justamente nessas horas que eu mais precisava: nos meus erros, nas quedas no fracasso... Vivendo isso, ela ganhou o direito de comemorar as vitórias e subidas.

Hoje, não se faz mais mulheres como a Adryan, ou, se fazem, elas ficam escondidasnastocas, esperando serem achadas, mas sei que seria machismo meu dizerisso, pois sei também que não se faz mais homens assim, e o egoísmo e o cada um por si virou regra de convivência no mundo.

Eu, em meus devaneios bestas de canceriano, tento não ver isso mas, quando percebo, sinto uma tristeza danada pelas pessoas terem transformado o que poderia ser divino num simples jogo tipo Banco Imobiliário, no qual "só fico com você se você for dono do Morumbi e de Interlagos..."


Não sei, mas passei a achar que mulheres assim, como a Adrian, só existem nas telas de cinema...

Quero ir pra Hollywood!



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