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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Manias Femininas

Eis que chego ao supra-sumo dos temas polêmicos: as manias femininas e adjacências.
Não que nunca houvesse falado delas ou de suas manias, mas essa é a primeira vez que deixo o tema tornar-se específico, colocando o dedo em uma ferida que não pára de sangrar e fica mais imundo quanto mais mexemos.
Manias, mulheres, mulheres, manias... As duas faces da mesma moeda.
Se perguntarmos para qualquer homem, ele terá na ponta da língua as “dez mais insuportáveis” manias femininas. As minhas, confesso, são muito provenientes de minha rabugice e, apesar de controlado, de meu chauvinista perfil machista...
Existem tantos tipos diferentes de mulheres que ficaria difícil numerarmos em uma conta lógica e segura os seus defeitos mais graves, mas tentarei, movido pelo meu hercúleo estoicismo inabaláveis (existe estoicismo abalável?). Claro que há outras razões por trás da escolha desse tema: briguei com minha namorada, está chovendo lá fora, a tv está passando só porcarias e não tenho outro assunto melhor nesse momento. Então, às letras!
Vamos falar, hoje, de uma das mais comuns, da pior das pragas, excetuando-se, claro e evidente, as sogras: a mulher decoradora...
-
Benhê, acho que o sofá fica melhor no canto esquerdo, ao lado da janela da sala...
O marido, tentando agradar a mulher, coloca o novo sofá no local por ela indicado. Casa nova, vida nova, não custava nada deixá-la arrumar a casa ao seu gosto.
Um pouco de esforço e záz, lá estava o sofá, colocado no local que a doce amada pedira.
-O que achou, amor?- pergunta o pobre sujeito, sem saber que esse tipo de pergunta não deve ser feita nunca, jamais e sob nenhum hipótese.


Estudos modernos provaram que essas palavras, ao entrar no aparelho auditivo da mulher e transformar-se em ondas de choque que atravessam o córtex cerebral, ativam uma região desconhecida do cérebro, que afeta sua capacidade de raciocínio lógico, perturbam sua noção de espaço e tempo e, ainda, desregulam a capacidade criativa. No total, os cientistas descobriram oito frases que principiariam esse efeito dementativo. São elas:


1- Quanto você quer gastar do meu dinheiro no shopping, meu bem?
2- Você quer sapatos novos, amor?
3- Você quer ir ao salão de beleza, querida?
4- Você viu aquela promoção, Vidinha?
5- Sabe da última, amiga?
6- Já pensou em fazer uma plástica, irmã?
7- Você viu a ex do seu namorado, como está gorda?
8- O que você achou, amor?


Os cientistas sugerem que não se utilize essas expressões em nenhuma hipóteses, sob penas e riscos dos interlocutores.


Explicadas as explicações, tornemos ao pobre marido, que não leu esse texto e não sabe das últimas no campo da ciência e tecnologia comportamental...
-O que achou, amor?
-Ah, meu bem, não sei não... Achei que ficou bom, mas prefiro que fique do outro lado da sala, em frente à janela, pois dali poderemos ficar juntinhos, olhando a paisagem e a vista de nosso apartamento, enquanto namoramos...
-É, isso é uma boa idéia...-
disse o marido, sem saber que concordar com esposa era o seu segundo erro fatal e apocalíptico.
Mais um bocado de esforço e, novamente, záz, fim da empreitada e sofá já colocado no novo local.
-Sabe que aqui ficou melhor mesmo?- murmurou o excomungado marido.
-Não sei, não, meu bem... Achei que na janela havia ficado melhor. Mas não do lado esquerdo, como estava antes. Do lado direito...
-Mudar de novo, querida?
-Ah... Faz isso por sua “bilú-bilú”, faz...

“Faz isso por sua bilú-bilú...”. É importante notar como começaram as astúcias e malícias da esposa para comprar o marido. A frase, utilizando o apelido carinhoso deles, dá uma descarga de adrenalina (C9H13NO3) e serotonina (C10H12N2O) em seu corpo e, tal e qual qualquer droga alucinógena, como qualquer êxtase barato, ele ficou em estado de torpor e não percebeu o que estava fazendo.
Mais e mais esforço e o sofá volta para o lado da janela, mas, dessa vez, para o lado direito.
-Pronto. Agora preciso de uma cervejinha...­ -disse o esperançoso marido.
-Ai, meu amor... Sabe de uma coisa: você tinha toda razão! Ali na parede, em frente à janela, ficou muito melhor...
-Mas Rosemeire
(bom nome para mulher má), eu acabei de mudar o sofá pela sétima vez! (uma das manias dos homens é exagerar no quesito números, mas como o objetivo desse texto é denegrir, digo, entender a psique feminina, deixemos os problemas numéricos de lado).
-Segunda, Antônio, segunda vez, mas eu disse que estou concordando com você e prefiro o sofá ali, em frente à janela. Custa me fazer um gosto, Antônio, custa? Não te peço quase nada, quando peço, é sempre essa reclamação...
Chantagem barata. Joguinho sujo e desleal. Apelo para o emocional.
-Tá bom, ta bom... Vou coloca o sofá onde estava...-
responde o marido, já pensando consigo mesmo:
“Na próxima encarnação, ao invés de sofá, compro um tapete e almofadas...”
Mais e mais esforço para empurrar o pesado sofá sem arranhar o chão, logo, logo, o monstrengo de mogno da Tailândia chegou ao lugar.
-Pronto, Rosemeire, satisfeita com o lugar do seu novo sofá? Ainda bem que não compramos aquele apartamento com sala em “L” e dois ambientes...
-Está bom aí, senhor Antônio Almeida Bandão... Eu queria mesmo aquele apartamento por ter mais um quarto para mamãe, mas nem vou perder tempo discutindo isso com você, novamente...
-Bom mesmo... Agora vamos acabar de arrumar o resto das coisas...-
disse o marido, tentando mudar de assunto e não melindrar a esposa. Continuou:
-O que falta na sala?
-A estante grande para a tv...-
respondeu a mulher, com sorriso maquiavélico nos lábios.
-Eu adorei aquela estante... Onde vamos colocar?-perguntou o estúpido marido.
-Hum... Acho que no lugar do sofá!
O casal, recém-casados, separou-se duas semanas depois da montagem do quarto, com sua cama super-mega-blaster-king-size e todos os móveis em mogno rústico, escolha da esposa. A mulher casou-se mais duas vezes, até encontrar um marido que tivesse dinheiro o suficiente para contratar empregados para a mudança dos móveis. Consta que ela morreu de decepção e desgosto, entediada com a vida que levava...
O marido ainda hoje é solteiro. Multimilionário, com 54 anos, ele trocou sua esposa de 40 anos por duas moças de 20. Sua fortuna, que aumenta cada dia mais, começou no dia de sua última discussão com sua ex-esposa, que ainda não era ex, quando, ao movimentar a pesada cama rústica em mogno maciço, ele se fez a brilhante pergunta:
-Por que os malditos fabricantes dos malditos móveis não colocam malditas rodinhas nos malditos pés dos malditos móveis para que quando as malditas esposas malditas pedissem para mudarmos o maldito local da maldita cama não ficássemos com malditas dores na maldita coluna!!! Maldição!
Depois do divórcio, ele concebeu e patenteou a famosas rodinhas nos pés de sofás, camas, guarda-roupas, estantes, e ficou rico, muito rico, tornando-se o santo padroeiro dos maridos, assim como são Sebastião é padroeiro das pestes, são Fiacre padroeiro das hemorróidas e são Pancrácio é padroeiro das câimbras...
Por isso, antes de casar, pense bem e verifique a espécie de mulher que você está levando pra casa: pode ser uma decoradora...

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