As vezes a vida dá voltas e nos leva para lugares que jamais esperávamos ter de ir…
A minha acabou de dar uma dessas guinadas e olha eu, no alto dos meus 47 anos, começando um novo projeto…
Só que dessa vez, há uma grande diferença entre todos os projetos que já tive: dessa vez, estou com medo.
Medo de errar, medo de não dar tão certo quanto imaginei, medos das críticas de pessoas perto demais para que eu ignore as palavras -que virão, com certeza, caso eu erre.
Estranho isso: nunca tive medo antes, sempre confiei em meu taco e nas minhas “certezas”, mas alguma coisa se quebrou no meio do caminho e transformou aquele Celso que se autoconhecia num Celso que não tem certeza, ou melhor, até tem certeza mas não são tão convictas quanto eram antes.
Eu, antigamente, gostava de desafiar o status quo, mostrar que havia formas diferentes de pensar e agir, que sempre havia um jeito de fazer melhor o que já era feito bem.
Hoje, depois de tanta porrada que tomei, de tanta crítica, de tanto dedo, perdi isso é não consigo encontrar. Sinto o chão tremer a cada novo passo, tudo desconhecido, e sempre sendo julgado a cada levantar do pé. Não queiram passar por isso, amigos, pois é uma sensação de não se saber quem é, pois tudo o que fui parece a resenha dum livro que li há anos e está empoeirado na prateleira, sem leitores nem ninguém para sequer olhar a capa.
Junta-se a isso uma frase que reli hoje, do Steve Jobs, e tem-se a receita para uma noite maldormida…
A frase?
Li-a em uma lembrança do Facebook, que eu mesmo já havia postado há alguns anos, 11 para ser mais exato. E o que postei há mais de uma década e ainda mexeu comigo?
Eis a lembrança:
Steve Jobs cita essa frase em uma entrevista, e eu não havia dado atenção a ela. Hoje, por acidente, dei, e percebi o quanto ela é real e dura:
"Eu e você temos lembranças que são maiores do a estrada que se alonga à nossa frente"
Ao mesmo tempo, define como nada a existência humana...
Simples assim: lembrar que andei mais da metade do que deveria andar e o caminho até o fim é menor do que o já percorri. E mesmo assim, ria-me percorrendo outro, apesar da insegurança, das críticas, dos silêncios atormentados que percorrem minha mente as duas da manhã…
Vai ver que a vida é isso: um reinício, a lá Sisifo, é um constante empurrar a pedra morro acima, para vê-la caindo morro abaixo…
(Desculpem por esse não ser o post mais animado que já escrevi: já escrevi piores, mas medo, MEDO, eu não sou de sentir…)
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