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Miscelânea intuitiva de gostos, sonhos, desejos, angústias, paixões e destemperamentos, e,porque não, de ódios, raivas e estresses... Miscelânea é assim: TEM DE TUDO!

Meu Diário de Bordo da solidão, meu painel de idéias e guia de entendimento, tudo misturado com humor, drama, terror, anti-corintianismo, sentimentos e doses homeopáticas de papo sério.

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sábado, 28 de fevereiro de 2015

O QUE VOCÊ FAZ?

Muitas pessoas me questionam sobre minha profissão: afinal, senhor Celso, o que você faz?
Resposta complexa essa...
Responder que sou Administrador de Empresas é muito óbvio, pois, apesar de ser, meu trabalho vai além disso...
Explico-me:  Não consigo dissociar "ORGANIZAÇÃO" de "INOVAÇÃO". Para mim, a existência da primeira exige a segunda, isso é regra básica, darwiniana: evolução existe, quer queiramos ou não...
Nos negócios, vale o mesmo: não acredito em empresas estagnadas tecnologicamente ou que acham que encontraram "a fórmula" para funcionarem. A Kodak achava que era a dona do pedaço e faliu: as câmeras digitais destruíram a indústria dos filmes fotográficos e tudo o que nela estava inserida. Hoje, uma sobra triste do que foi antes, tenta se reinventar... Pior para a Kodak, foi ela mesma quem criou a primeira câmera digital, mas "deixou na gaveta" por não acreditar na ideia... Não fossem tapados, será que haveria uma Cânon hoje em dia?

Em 2008, a Polaroid também pediu falência, o que comprova que dominar um negócio jamais é garantia de sucesso infinito: ou INOVA ou MORRE com o tempo...
Quando vejo gigantes nacionais que não deram aquele PASSO para evoluir, sinto que a existência da empresa foi apenas captar dinheiro e que ela perdeu sua chance de ser importante, relevante. Claro, toda empresa existe para ganhar dinheiro, mas aquele salto, aquela faísca que muda tudo e faz história não pode jamais ser perdida de vista! Nem que seja para ganhar mais dinheiro! Ter 10 e se contentar com 10 é o que faz a diferença entre algo que vai durar e algo que será finito, pois um dia vão fazer o mesmo que você e se contentar com 8, reduzindo custos e ganhando numa disputa "pau-a-pau"... Mas ninguém disputa "pau-a-pau" com o líder da inovação: estão sempre correndo atrás para ver se ao menos empatam o jogo (Vide Sansumg correndo atrás eternamente da Apple...)
Sempre me questiono porque a Votorantin, por exemplo, nunca deu o salto entre ser uma exportadora de comodities e se tornou a única empresa nacional fabricante de automóveis, por exemplo. Ela é dona do minério, da usina, da cidade, da mão-de-obra, do capital!!! Faltou só vontade, e ficou o comodismo de ficar na mesmice... 
Para mim, faltou muita visão e uma empresa que poderia ser mundial se porta como conformada em ser somente grande no Brasil, que, cá entre nós, em nível planetário nem fede nem cheira...
A Índia tem um Tata, que criou o carro Nano (lembram dele? Pequeno, o mais barato do mundo e funcional) e fundou a Tata Motors, quase que vinda da mesma origem da Votorantin, mas hoje uma vende carros, outra vende pedras...
Em suma, meu trabalho, o que me dá tesão, é participar dessa cadeia de inovações, criar e liderar os grupos que vão promover mudanças em áreas que até ontem considerávamos estáveis. Ajudar uma empresa pequena a crescer, ganhar mais, pagar melhor, abrir filiais... 
Minha praia é olhar, perguntar mil vezes PORQUE SE FAZ ASSIM e não assado, porque esse caminho e não outro? Por a mão na massa e aprender como se faz, melhorá-lo, por em pratica e mostra que É POSSÍVEL MUDAR...
Sou bom em encontrar outros caminhos e passagens secretas, que estavam ali e ninguém tinha visto. Depois que os aponto, claro, todos dizem: AH, MAS É ÓBVIO, NÃO?, mas até apontá-los, ninguém os via...
Acho que, no fundo, meu segredo é que APRENDI A ENXERGAR... 
Claro que nem tudo são flores, e os processos de mudança dão trabalho, mas erra quem imagina que a parte mais difícil é criar as inovações: essa é a parte fácil!
A parte difícil são os humanos que mexerão com as mudanças: convencer o "chefe" a mudar uma coisa que para ele nasceu assim, sempre foi assim e sempre será assim... Complexos de Gabriela são os grandes entraves para mudanças, principalmente em empresas familiares.
Aliás, sobre empresas familiares, uma constatação: quase sempre a mesma mão que ajudou a criar algo, que tirou leite de pedra e conseguiu montar um negócio, é a mesma mão que vai impedir esse negócio de crescer e expandir! 
É um parto para mostrar que é preciso informatizar, que é preciso uma marca, um gerenciamento digital de estoque, pagamentos online, treinamento e capacitação dos funcionários... Cada passo, cada mudança, é uma pequena guerra!
A ideia de EU QUEM FIZ, ENTÃO EU SEI FAZER é o que difere empresas que nasceram para serem medíocres e um grupo Pão de Açúcar, por exemplo. Imagina o pai do Abilio Diniz falando que já mexia com padaria há sei-lá-quantos-anos e que não era pra mudar nada:

-QUE MANÉ SUPERMERCADO, ABILIO! VESTE O AVENTAL E VEM PRO BALCÃO!

O componente humano das mudanças é sempre o ponto nevrálgico do sucesso ou do fracasso de meu trabalho. Já tive casos de reduzir a mão-de-obra em 20% e mesmo assim conquistar crescimento de produção na ordem de 100%! Mas como há "chefes" e "líderes", todos os ganhos foram perdidos quando me desliguei da empresa: aos poucos, os detalhes iam retrocedendo, os cuidados sendo perdidos e quando viram estavam mais uma vez nas cavernas, perdendo tudo o que foi conquistado com tanto trabalho.
Máquinas não são nada, prédios não são nada, patrimônio não é nada sem um CAPITAL HUMANO bem treinado e motivado! A IBM, com todo seu gigantismo e dinheiro em caixa jamais foi páreo para a novata Apple, que pagava menos, era mil vezes menor mas tinha gente motivada e criativa em suas linhas! Com a vantagem de que, por não perder sua essência, a Apple continuou a crescer até ser a maior empresa do planeta... (No único momento em que perdeu a "alma", quando John Sculley demitiu Steve Jobs, a empresa foi quase a bancarrota, pois passou a disputar com o mundo com PRODUTOS, enquanto que sua alma era dominar o mundo com suas INOVAÇÕES!)
Acredito em inovação, acredito em treinamento, acredito em gente, e acredito que cada detalhe conta para o resultado final. 
Quando me perguntam O QUE VOCÊ FAZ?, minha primeira resposta é clássica: sou Administrador de Empresas. (com um orgulho danado disso!).
Mas lá no fundo, minha resposta seria outra. Em meu íntimo, eu respondo: EU AJUDO A MOLDAR O FUTURO... Mesmo quando, pelo caminho, eu tenha de enfrentar os neaderthais do mundo...


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